quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MÓDULO 05 - PRATIQUES


Módulo 05 – Pratiques


  1. Pesquisa, característica e contribuições para a educação:

    Émile Durkheim: nasceu na cidade de Épinal (região de Lorena, França) no dia 15 de abril de 1858. Faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de novembro de 1917. É considerado, junto com Max Weber, um dos fundadores da sociologia moderna.
    Viveu numa família muito religiosa, pois seu pai era um rabino. Porém, não seguiu o caminho da família, optando por uma vida secular. Desde jovem, foi um opositor da educação religiosa e defendia o método científico como forma de desenvolvimento do conhecimento. Em boa parte dos seus trabalhos, procurou demonstrar que os fenômenos religiosos tinham origem em acontecimentos sociais.
    Aos 21 anos de idade, Durkheim foi estudar na Escola Normal Superior (École Normale Supérieure) e passou a dedicar-se ao mundo intelectual. Formou-se em Filosofia, no ano de 1882. Cinco anos após sua formatura, foi trabalhar na Universidade de Burdeos como professor de pedagogia e ciência social. Neste período, começaram seus estudos sobre sociologia.
    Principais aspectos da teoria sociológica de Durkheim:
    · Existem fenômenos sociais que devem ser analisados e demonstrados com técnicas especificamente sociais;
    · A sociedade era algo que estava fora e dentro do homem ao mesmo tempo, graças ao que se adotava de valores e princípios morais;
    · As pessoas se educam influenciadas pelos valores da sociedade onde vivem;
    · A sociedade está estruturada em pilares, que se manifestam através de expressões (conceito de estrutura);
    · Divisão do trabalho social: numa sociedade cada indivíduo deve exercer uma função específica, seguindo direitos e deveres, em busca da solidariedade social. Desta forma, pode-se chegar ao progresso e avanço para todos. Para Durkheim o fim último da educação é a formação do ser social.
















    Principais obras:
    • Da divisão do trabalho social, 1893;
    • Regras do método sociológico, 1895;
    • O suicídio, 1897;
    • Sociedade e trabalho, 1907;
    • As formas elementares de vida religiosa, 1912;


    John Dewey: Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De problematizar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber, em algumas das concepções de John Dewey (1859-1952), filósofo norte-americano que influenciou educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como importantes ingredientes da educação.
    Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo, embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para essa escola de pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na chamada educação progressiva. Um de seus principais objetivos é educar a criança como um todo. O que importa é o crescimento - físico, emocional e intelectual.
    O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas.








    Principais obras:

    • The School and Society (1889)
    • Experience and Education (1938)
    • Experience and Nature


    Louis Althusser: Filósofo francês. Cristão pela sua família e educação, em 1948 ingressa no Partido Comunista. Nesse mesmo ano inicia a sua carreira académica como professor. Trabalha durante vários decénios na École Normale de Paris, onde reside, e onde, num arrebatamento de loucura, mata a esposa. Passa os seus últimos anos recolhido num sanatório. Após a sua morte aparecem textos autobiográficos que dão fé da sua doença mental e insinuam uma dolorosa contradição íntima entre a sua educação cristã e a teoria marxista, de que é eminente estudioso, analista e reformista.
    Althusser é um dos principais estudiosos do marxismo. Para desenvolver a teoria marxista utiliza como método de análise o estruturalismo. Num primeiro tempo, as suas preocupações centram-se nos fundamentos e métodos da investigação. Centra os seus estudos em Marx, cuja obra cimeira, O Capital, é em sua opinião um trabalho puramente científico e afastado dos interesses humanistas. Num segundo tempo, ocupa-se do estudo do pensamento de Lenine, e mais concretamente da sua obra Materialismo e Empirocriticismo. A sua conclusão básica é que o discurso teórico desta obra aclara a ciência da ideologia. Althusser serve-se da análise estruturalista, decompõe, para o seu estudo, o pensamento marxista e as leis que, segundo este, regem a vida do homem em sociedade.









    Principais obras:
    • A favor de Marx (1965),
    • Leer "El Capital" (1965), (con E. Balibar)
    • Curso de filosofía para científicos (1967)
    • Lenin y la filosofia (1968)
    • Respuesta a John Lewis (1973)
    • Elementos de autocrítica (1974),
    • Filosofia y filosofia espontánea de los científicos (1974),
    • Sobre la ideología (1976),
    • Freud y Lacan (1976),.
    • Lo que no puede durar en el partido comunista (1978)
    • Para un materialismo aleatorio (1982)
    • El porvenir es largo (autobiografía) (1985)

    Antonio Gramsci: Antonio Gramsci foi uma das referências essenciais do pensamento de esquerda no século 20, co-fundador do Partido Comunista Italiano.
    Nascido em Ales, na Sardenha, em uma família pobre e numerosa, filho de Francesco Gramsci, Antonio foi vítima, antes dos 2 anos, de uma doença que o deixou corcunda e prejudicou seu crescimento. No entanto, foi um estudante brilhante, e aos 21 anos conseguiu um prêmio para estudar Letras na universidade de Turim.
    Gramsci frequentou os círculos socialistas e entrou para o Partido Socialista em 1913. Transformou-se num jornalista notável, um escritor articulado da teoria política, escrevendo para o "L'Avanti", órgão oficial do Partido Socialista e para vários jornais socialistas na Itália.
    Em 1919, rompeu com o partido. Militou em comissões de fábrica e ajudou a fundar o Partido Comunista Italiano em 1921, junto com Amadeo Bordiga.
    Gramsci foi à Rússia em 1922, onde representou o novo partido e encontrou Giulia Schucht, uma violinista com quem se casou e teve 2 filhos. A missão russa coincidiu com o advento do fascismo na Itália. Gramsci retornou com a missão de promover a unidade dos partidos de esquerda no seu país.
    Em 8 de novembro de 1926, a polícia fascista prendeu Gramsci e, apesar de sua imunidade parlamentar, levaram-no à prisão. Recebeu uma sentença de cinco anos de confinamento e, no ano seguinte, uma sentença de 20 anos de prisão em Turi, perto de Bari.

    Um projeto para trocar prisioneiros políticos entre a Itália e a União Soviética falhou em 1932. Dois anos depois, bastante doente, ganhou a liberdade condicional, para tratar-se em hospitais. Morreu em Roma, aos 46 anos.
    Gramsci escreveu mais de 30 cadernos de história e análise durante a prisão. Conhecidas como "Cadernos do Cárcere" e "Cartas do Cárcere", contêm seu traço do nacionalismo italiano e algumas idéias da teoria crítica e educacional. Para despistar a censura fascista, Gramsci adotou uma linguagem cifrada, em torno de conceitos originais ou de expressões novas. Seus escritos têm forma fragmentária, com muitos trechos que apenas indicam reflexões a serem desenvolvidas.
    Suas noções de pedagogia crítica e instrução popular foram teorizadas e praticadas décadas mais tarde por Paulo Freire no Brasil. Gramsci desacreditava de uma tomada do poder que não fosse precedida por mudanças de mentalidade. Para ele, os agentes principais dessas mudanças seriam os intelectuais e um dos seus instrumentos mais importantes, para a conquista da cidadania, seria a escola.
    Gramsci promoveu o casamento das idéias de Marx com as de Maquiavel, considerando o Partido Comunista o novo "Príncipe", a quem o pensador florentino renascentista dava conselhos para tomar e permanecer no poder. Para Gramsci, mais ainda do que para Maquiavel, os fins justificam os meios e qualquer ato só pode ser julgado a partir de sua utilidade para a revolução comunista.








    Principais obras:
    • Il materialismo storico e la filosofia di Benedetto Croce 1948
    • Gli intellettuali e l'organizzazione della cultura 1949
    • Il Risorgimento 1949
    • Note sul Machiavelli, sulla política e sullo Stato moderno 1949
    • Letteratura e vita nazionale 1950
    • Passato e presente 1951

    Anísio Teixeira: Advogado de formação, segundo Hermes Lima em seu livro Anísio Teixeira Estadista da Educação, Anísio sempre esteve apegado a uma visão de educação.
    Podemos imputar a Anísio Teixeira uma grande importância no cenário educacional brasileiro: ao iniciar seus estudos pós-graduados nos Estados Unidos entra em contato com a corrente pragmatista que se desenvolvia em vários países.
    E é influenciado por estas visões emergentes que Anísio Teixeira vê a necessidade de uma teoria educacional indissociável de um saber prático. Anísio passa a assumir uma posição filosófica firmada no exemplo de John Dewey. Dewey foi um progressista social. Concebia a educação como um processo de recriação ou reconstrução do educando por meio da experimentação. Propunha a educação em e para o educando, sendo Anísio um dos precursores desta visão no meio educacional brasileiro.
    Anísio passa a ter a visão de que o ambiente social é fundamental na escola e que, como a família já não educava como no passado, a instituição 'escola' deveria ter tal posição, diagnosticando e aplicando os meios curativos necessários.
    Anísio também era político, apesar de não militar em partidos. Era extremamente atento as dificuldades por que passavam o país. Em seus escritos é expressivo um humanismo democrático e um humanismo socialista, que coincidem e dão as mãos em diversos de seus pensamentos políticos. Podemos verificar isso por ocasião do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), em que o ideário da democratização de oportunidades, mediante a expansão da educação na rede pública e gratuita para as classes menos favorecidas, o que rendeu a Anísio o título de 'comunista', apesar de não o ser.













    Principais obras:
    • Aspectos americanos de educação. Salvador. Tip. De São Francisco, 1928, 166 p.
    • A educação e a crise brasileira. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1956, 355 p.
    • Educação é um direito. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1996, 221 p.
    • Educação e o mundo moderno. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1977, 245 p.
    • Educação e universidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998, 187 p.
    Educação no Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional 1969, 385 p.
    • Educação não é privilégio. 5ª ed. Rio de Janeiro.- Editora UFRJ, 1994, 250 p.
    • Educação para a democracia: introdução à administração educacional. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997, 263 p.
    • Educação progressiva: uma introdução à filosofia da educação. 2ª ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1934, 210 p.
    • Em marcha para a democracia: à margem dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, s.d., 195 p.
    • Ensino superior no Brasil: análise e interpretação de sua evolução até 1969. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1989, 186 p.
    • Pequena introdução à filosofia da educação: a escola progressiva ou a transformação da escola. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1968, 150 p.

  1. Pratiques da página 42, 64 e 79:
    • Pratique pág. 42: Na escola, o princípio da gestão democrática nos chama a participação, para construirmos juntos os processos educacionais. Como tem sido essa prática em seu de trabalho?

      Na escola que trabalho a direção da escola tenta ser bem democrática em todas as decisões. Eu percebo que todos os funcionários tem livre acesso de opinar sobre quaisquer assuntos. Esse tipo de gestão motiva os funcionários de maneira geral a realizarem bem seu trabalho, pois quando podemos ter voz ativa nos sentimos parte da escola. E sempre que participamos da elaboração do PPP, Regimento Escolar, das Instâncias Colegiadas, ou das reuniões realizadas pela escola, estamos tomando parte e contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem.
       
    • Pratique pág. 64: A partir da sua experiência como funcionário de uma escola somado ao que você aprendeu nesta unidade, como você enxerga o papel da escola? Você acha que ela só cumpre o papel ideológico de manter as coisas como estão ou você acredita que ela pode contribuir para a formação de consciência libertadoras que fortaleçam a luta pela transformação social?

      Eu acredito que a escola é um espaço de interação social, de produção e transmissão de conhecimento, e de formação de indivíduos. Sendo assim, na minha concepção de escola, ela é capaz de formar cidadãos com consciência libertadoras para fortalecerem a luta pela transformação social, desde que as concepções abordadas na escola, contribuam para tal formação. Pois assim como ela pode (e deve) ser um meio de transformação social, ela pode ser um instrumento de alienação. Onde os indivíduos apenas passam por ela sem desenvolver a criticidade, ou politização.
       
    • Reflexão pág. 79: Levando em consideração o que estudamos sobre as sociedades neste módulo, como você encara o seu papel de cidadão e educador? Você, como trabalhador em educação que atua no interior da escola, que caminho pretende seguir diante das alternativas apresentadas pelos pensadores da sociedade? Enfim, qual a maneira de enxergar a relação entre educação e sociedade que mais lhe sensibilizou?

      Através do estudo deste módulo, pude compreender que como cidadão devo buscar caminhos que levem a transformação social, pois em nossa sociedade capitalista é cada vez maior a desigualdade não apenas social, ou econômica, mas também cultural. A discriminação e exclusão é um comportamento típico atribuído aos dias de hoje. Contudo, como educador, deve me posicionar em favor da educação. Trabalhando em escola temos o dever de garantir o acesso aos nossos alunos, não apenas ao conhecimento programático, mas também a todas as informações e condições de aprendizado, que por vezes pode estar numa escola livre de preconceito racial, social, de gênero, e até mesmo garantindo uma merenda de qualidade para que o desenvolvimento físico e cognitivo dos alunos esteja adequado e ele esteja apto para aprender. De todas as concepções que vimos, acredito que de cada uma delas tem sua contribuição, mas me identifiquei mais com o materialismo dialético, pois acredito que o conhecimento e os comportamentos sociais são historicamente construídos. E que sempre devemos levar em consideração a realidade e vivência de cada um individualmente, pois por vezes, dessa maneira conseguimos compreender melhor o universo de cada educando e assim sermos agentes facilitadores da aprendizagem.
       

  1. Questões sobre violência na escola:
    • Como é a violência na escola?
      É uma situação grave que infelizmente está presente não apenas nas escolas mas em toda a sociedade.
    • Em que situações ela acontece e por quê?
      A violência na escola se dá por vários motivos, interno e externos ao contexto escolar. Por vezes o aluno sofre algum tipo de violência e/ou abuso em casa e quando chega na escola, entre seus iguais, ele desconta a raiva e a violência sofrida. Em outras circunstâncias a violência pode se desencadear através do preconceito tanto social quanto de gênero e pelo bullying, tanto aquele que comete ou quando a violência vem por parte daquele que sofre o bullying. Outro meio que leva a violência para dentro da escola são os conflitos externos entre gangues, ou grupos divergentes, e até mesmo pelas drogas.
    • Quais as situações que agravam o problema da violência?
      A omissão por parte dos alunos, funcionários e corpo docente da escola, agravam o problema da violência na escola.
    • O que a violência pode gerar?
      Pode gerar um ambiente hostil e perigoso, onde por vezes somente a patrulha escolar pode controlar a situação.
    • O que fazer para minimizar o problema?
      Ficar sempre atentos para os menores problemas de violência.
    • Possíveis soluções.
       * Presença da família;
       * Projetos que envolvam e conscientizem os alunos;
       * Maior presença e contingente da patrulha escolar;
       * Ação imediata ao identificar uma questão que envolva a violência.