quarta-feira, 11 de junho de 2014

PRATIQUES UNIDADE 04 [AULAS 03 E 04]

Reflexão página 51 ou 53 - O que você acha disso tudo? Você concorda que o adulto não muda ou está de acordo com o que dissemos no início que estamos sempre em um processo de mudança? A quem interessa que mudemos ou não? Responda no memorial! 
      Ao meu ver, sempre estamos em mudança. Não sofremos apenas, mudanças biológicas, fisiológicas, mas também temporais. Tudo ao nosso redor muda, e hoje ainda com uma rapidez que por vezes, chega a ser insana. A ciência e a tecnologia, mudam de forma muito veloz, o que nos obriga a mudar também. Mudamos nossa maneira de ver o mundo e de se relacionar nele. Quanto a questão: "a quem interessa que mudemos ou não?"; ela é muito relativa, pois para uma parcela da sociedade não deveríamos mudar, deveríamos nos manter com o mínimo de instrução, apenas para que eles possam continuar em seus governos soberanos e inatingíveis, já há aquela outra parcela, que vê na mudança individual um passo, para uma grande mudança e revolução na sociedade. Independente de como e de qual intuito, sempre estamos em mudança. E esse processo não finda, pois é algo que nos acompanhará por toda a nossa vida.



Reflexão página 57 ou 59 - O que você acha desse argumento? Os tempos são outros? Você concorda que se os “tempos” são outros, então devemos buscar soluções com o que temos hoje e não ficarmos imobilizados porque os “tempos” são outros?
      Acho que esse argumento é um dos meios de se tentar explicar de forma simplista o que não se consegue resolver dentro das escolas. Cada tempo tem suas dificuldades e maneiras propostas para contornar possíveis problemas. O nosso problema não é tempo em que estamos, mas sim o "tempo" e a maneira que concebemos a escola, parou. A escola hoje é uma instituição defasada e se vê anacrônica ao nosso tempo. Os prédios, as propostas, o método; tudo ficou parado num tempo, enquanto os problemas sociais, econômicos, mudaram. O padrão de família mudou, o padrão da sociedade mudou, a identidade do indivíduo mudou. Hoje a demanda  da escola é muito grande, ela precisa ter estrutura para receber cada vez mais alunos, e ao mesmo tempo,  lidar com a grande evasão escolar; ela enfrenta, também, problemas de tráfico, violência, despreparo de recursos humanos, falta de estrutura. Esta instituição, se encontra a mercê de uma sociedade capitalista, que não se preocupa em investir nos setores públicos. E no meio disto tudo, nos deparamos com o problema da indisciplina, que não surge de apenas um problema gerador, mas de muitos fatores. E nesse entrave, de não se saber, de onde vem e como resolver, que se busca um método mágico, que só porque funcionou em alguma comunidade (num espaço e tempo distinto), acredita-se que irá funcionar em qualquer situação. E aí sem soluções reais para esse problema, a frustração no processo de ensino aparece, e isso se torna um ciclo vicioso.



Reflexão página 59 ou 61 - Pense um pouco como estão estabelecidas as relações na sua escola entre as pessoas com diferentes funções. Como anda a motivação das pessoas naquilo que fazem? E você, como se sente na sua escola?
     É evidente, que num mesmo local de trabalho, nem todos tem a mesma motivação e a mesma visão do ambiente. Um ambiente, que para um pode parecer ótimo, para outro pode parecer hostil. A atual gestão da minha escola, tenta agir da forma mais democrática e inclusiva possível, o que para uns é ótimo, e já para outros é sinal de fraqueza e falta "pulso". Hoje eu me sinto bem no meu ambiente de trabalho, a maioria das pessoas com quem divido o ambiente, tem um bom relacionamento entre si, e eu tenho uma bom relacionamento com elas, nos ajudamos, e todas fazemos nosso trabalho da melhor possível, mas nem sempre foi assim. No último ano, sofremos muito assédio moral, e perseguição, por parte da secretária escolar da época. E mesmo eu podendo dizer que na secretária o trabalho corre de forma harmoniosa hoje, em outros setores da escola não ocorre o mesmo. E por vezes, a motivação atrapalha, quando ela é apenas pessoal, e sem levar em consideração o que é melhor para o todo, para escola, e para a educação proposta no nosso trabalho.




Reflexão página 62 ou 64 - • Como você vê o papel dos educadores em relação à formação de gênero? A escola tem sido utilizada para perpetuar os estereótipos de gênero ou os questiona para reinventá-los?
• Como são as relações de gênero na sua escola? 
• Como são tratados meninos e meninas?
• Como você se sente frente a determinadas exigências de papéis ditos masculinos ou femininos?
• Há relação entre a função exercida e o gênero?
• Faça a relação entre as diferentes funções exercidas na sua escola e o sexo de quem as exercem. Que conclusões você pode tirar dessa relação?
    Mas todos os alunos são tratados da mesma forma, sem distinção de gêneros, afinal todos tem os mesmos direitos e deveres. Não vejo empasses, quando me deparo com tais exigências de gênero, se estiver a algo a fazer, eu faço, da melhor forma possível, não levando em conta a cultura sexista, mas minhas habilidades e competências para desenvolver tais tarefas. No contexto escolar, acho difícil delimitar funções por gêneros, pois temos pessoas de ambos os gêneros em todas as funções dentro da escola, tanto que na minha escola, as funções são determinadas por  atribuições do concurso público, que não distingue gênero masculino ou feminino, no rol de atribuições de cada cargo.

http://www.ebc.com.br/cidadania/galeria/videos/2014/05/promocao-da-igualdade-de-genero-ainda-e-desafio-nas-escolas-e-no





Pratique página 63 ou 65 - Faça um pequeno estudo sobre o grupo da sua escola respondendo às seguintes questões:
De que maneira o grupo da sua escola está formado? Você acha que as pessoas são iguais? Você se sente parte desse grupo? Como o seu grupo lida com as diferenças? Procure descrever o grupo da sua escola, suas características comuns e suas diferenças.
     O grupo da minha escola é formado por pessoas bem diferentes, tanto em  opiniões, quanto em demais características. Contudo, são nas diferenças que conseguimos nos completar. Pois quando temos uma questão para resolver, por vezes apenas uma pessoa não consegue a solução, mas aí através do olhar ou da experiência do outro, conseguimos resolver nossos problemas. Acredito que é nas diferenças que  conseguimos seguir em frente. Minha escola trabalha bem as diferenças. Exceto por uma situação ou outra, o grupo de funcionários e bem entrosado, se dá bem, consegue resolver as situações sem maiores problemas. Sem falar que um sempre está disposto a ouvir a opinião do outro, por mais que não concorde com ela. Pois antes da diferença, o que mais se preza nas relações de trabalho é o respeito mútuo. Algo que quando não se tem, é uma rara exceção.
Funcionários e professores do turno da noite, na Mostra Cultural dos Países da Copa


Reflexão página 65 ou 67 - O que você pensa sobre a formação de grupos de adolescentes? Por que os jovens parecem chegar à escola cansados, agitados, distraídos parecendo que não querem nada com os estudos?
Será por problemas ocorridos em casa, como brigas, surras, abuso sexual ou por conflitos na classe, com os colegas ou com os educadores? Será que é por se julgarem incapazes de aprender e, assim, desistem logo? 
Quem sabe, até, eles não estejam precisando que você lhes dê mais atenção?
        Muitas são as situações, enfrentadas por nossos educandos que geram uma desmotivação com os estudos. Não se pode generalizar, pois em nossa sociedade, tais reflexos são resultados de inúmeras questões. Por isso, para podermos auxiliar nossos alunos, devemos conhecer a realidade em que ele vive. Não basta apenas levar em consideração o contexto em que a comunidade escolar está inserida, mas devemos saber o que se passa com nossos alunos fora dos muros da escola. Por isso, um contato mais aprofundado com a família e conversas mais relevantes com nossos alunos, podem nos ajudar a tentar resolver os problemas de nossos alunos, levando a melhorar sua autoimagem e se não for possível resolver o problema, ao menos podemos tentar compreender melhor o que se passa com nosso aluno, para buscarmos meios para assegurar o direito à educação que todos tem.



Reflexão página 72 ou 74 - Vamos pensar um pouco sobre tudo isso? Qual o papel da mídia nas nossas vidas? Dentre televisão, rádio e jornal, qual o meio de comunicação que você faz mais uso? Escreva suas respostas no seu memorial.
       As mídias estão presentes na nossa vida de forma muito relevante. Hoje, sem dúvida, o meio de comunicação mais utilizados pela maioria das pessoas é a internet. A televisão, o rádio e os jornais, ainda são muito veinculados mas a velocidade com que as informações circulam pela rede, fazem com que a internet seja o meio de comunicação mais utilizado. Com o crescente avanço tecnológico, é possivel estar conetcato com as mais diversas mídias do próprio celular, tablet, sem a necessidade de um computador. A evolução é tão grande que por vezes em um único dispositivo, convergem todas as mídias utilizadas pelos meios de comunicação. Selecionei um vídeo bem curto, que demonstra os diversos meios de comunicação que a humanidade já teve, desde os sinal de fumaça, até a globalização da informação dos dias de hoje.




Reflexão página 76 ou 78 - Vamos pensar um pouco a sua realidade. A sua escola tem um projeto de inclusão? O que você acha da inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino dito regular?
             A minha escola tem um projeto de inclusão para alunos com necessidades especiais. Temos a sala de recursos, onde o aluno vem uma ou duas vezes por semana no contraturno escolar, e realiza atividades diferenciadas. Temos também a professora de apoio especializado, que fica ao lado daquele aluno que necessita de um acompanhamento mais específico, e auxilia nas aulas regulares a interação entre o aluno e os professores regentes. Quando a escola tem apoio dos núcleos de educação e consegue montar uma boa estrutura para receber os alunos de inclusão, estamos garantindo o direito que este aluno tem ao acesso à educação, além de estarmos auxiliando a compreensão do mesmo no processo de ensino e aprendizagem. O vídeo abaixo, mostra como um projeto vem ajudado alunos com diversos transtornos, a superarem seus limites e conviverem em harmonia mesmo com as dificuldades.



Pratique página 79 ou 81 - Como eles acham que poderiam participar do dia-a-dia da escola? E você, o que acha da participação dos pais na escola? O que fazer para ajudar 
a melhorar essa articulação? Pense em alguma estratégia para isso. Não se esqueça de fazer suas anotações no seu memorial!
         A participação das famílias é muito importante no processo de ensino aprendizagem. Eles poderiam participar mais ativamente da vida escolar de seus filhos. Contudo, como as correrias do dia-a-dia impossibilitam os pais de estarem presentes com frequencia na escola, eu acredito que já melhoraria muito, se viessem quando chamados pela equipe pedagógica ou pela direção, seria importante se eles viessem nas entregas de boletins, na rematrícula, enas atividades culturais que a escola realiza, justamente para uma maior interação com a comunidade escolar. Por vezes a participação dos pais na educação de seus filhos, pode se dar dentro de casa, no acompanhamento das tarefas e dos conteúdos aprendidos pelos alunos na escola.





Pratique página 81 ou 83 - O que você achou desses relatos? Escreva um pequeno comentário sobre o exposto no seu memorial.
       

Módulo 04 - Aula 02

PESQUISA SOBRE OS SEGUINTES TEÓRICOS
  • FREUD
  • SKINNER
  • GARDNER

Breve histórico, ano e onde nasceu/faleceu, onde estudou, fatos marcantes, teorias e contribuições para a educação.

     Nesta aula realizei a pesquisa sobre outros teóricos que também trouxeram muitas contribuições não apenas para a educação, mas para várias áreas do conhecimento. Sigmund Freud, Burrhus Frederic Skinner e Howard Gardner; abordam através da psicologia, alguns conceitos muito relevantes dentro da educação e das teorias de cognição dos indivíduos.
 
Freud
Gardner
Skinner

  SIGMUND FREUD - 1856 - 1939 - BIOGRAFIA


A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.”
Sigmund Freud


     Sigismund Schlomo Freud, o criador da psicanálise nasceu na região da Morávia, que então fazia parte do Império Austro-Húngaro, hoje na República Tcheca. Sua mãe, Amália, era a terceira esposa de Jacob, um modesto comerciante. A família mudou-se para Viena em 1860. Em 1877, ele abreviou o seu nome de Sigismund Schlomo Freud para Sigmund Freud. Desde 1873, era um aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de Viena, onde gostava de pesquisar no laboratório de Neurofisiologia. Ao se formar, em 1882, entrou no Hospital Geral de Viena. Freud trabalhou por seis meses com o neurologista francês Jean Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose. Insatisfeito com a hipnose, Freud desenvolveu o que é uma das bases da técnica psicanalítica: a livre associação. O paciente é convidado a falar o que lhe vem à mente para revelar memórias reprimidas causadoras de neuroses.
      Em 1899, publicou "A interpretação dos sonhos", em que afirma que os sonhos são "a estrada mestra para o inconsciente", a camada mais profunda da mente humana, um mundo íntimo que se oculta no interior de cada indivíduo, comandando seu comportamento, a despeito de suas convicções conscientes. Mesmo com dificuldades para ser reconhecido pelo meio acadêmico, Freud reuniu um grupo que deu origem, em 1908, à Sociedade Psicanalítica de Viena. Seus mais fiéis seguidores eram Karl Abraham, Sandor Ferenczi e Ernest Jones. Já Alfred Adler e Carl Jung acabaram como dissidentes.
      A obra de Sigmund Freud, centrada inicialmente na terapia de doenças emocionais, também veio contribuir em muito na área social e na pedagogia, pois o ato de educar está intimamente relacionado com o desenvolvimento humano, especialmente do aparelho psíquico. Através das reflexões feitas pelo psicanalista, podemos entender melhor enquanto educadores, como se processa em nossos educandos o desenvolvimento emocional e mental, pois o ser humano constitui-se como um todo, razão e emoção.
      As maiores contribuições da Psicanálise com a educação em geral se dão através do estudo do funcionamento do aparelho psíquico e dos processos mentais, onde ocorre a aprendizagem, do estudo dos vários tipos de pensamento, da aprendizagem através dos processos de identificação e dos processos de transferência que ocorrem na relação professor- aluno. Segundo Freud, os estudos psicanalíticos devem direcionar-se mais a auxiliar o educador na difícil tarefa de educar, missão quase impossível de ser realizada plenamente, pois o ser humano vive numa constante luta entre suas forças internas, regidas pelo princípio do prazer(id) e as forças externas que impõem juízos de valor(superego) sobre esses desejos. O educador precisa ajudar o educando a buscar esse equilíbrio na construção do eu(ego) para que a aprendizagem possa ocorrer de forma eficaz.
      Revelando que o ser humano possui vários tipos de pensamento (prático, cogitativo e crítico), o estudo freudiano lembra a importância que tem a escola poder proporcionar o desenvolvimento de todas as suas dimensões , alargando assim a capacidade do sujeito buscar alternativas por si próprio e desenvolva o prazer de aprender.
Uma grande contribuição diz respeito à aprendizagem por identificação, pois mostra que através de modelos de pessoas que lhes foram significativas o ser humano motiva-se no sentido de equiparar a elas sua auto-imagem.
      A teoria de Freud destaca a importância da relação professor-aluno. É necessário que o professor saiba sintonizar-se emocionalmente com seus alunos, pois depende muito desse relacionamento, dessa empatia, estabelecer um clima favorável à aprendizagem. Os estudos
psicanalíticos revelam que o ser humano transfere situações vivenciadas anteriormente, bem como demonstra resistências a experiências uma vez reprimidas.
     As teorias de Freud podem ser aplicadas ainda hoje na educação. Cada vez mais é preciso revê-las para entender como se processa o desenvolvimento do aluno tanto emocional quanto mental. Ainda temos uma educação que infelizmente trata os alunos como iguais, usando metodologias que ignoram as diferenças e os professores muitas vezes não conseguem analisar mais profundamente os porquês de determinados fracassos escolares, que certamente estão ligados a problemas emocionais ou a metodologias equivocadas que não respeitam a forma de construção do pensamento e as etapas evolutivas dos educandos.

BURRHUS FREDERIC SKINNER - 1904 - 1990 - BIOGRAFIA:

A educação é aquilo que sobrevive depois que tudo o que aprendemos foi esquecido.”
B. F. Skinner

      Nascido em Susquehanna, na Pensilvânia, Skinner cresceu em ambiente muito estável e de muito afeto. Frequentou a mesma pequena escola de ensino médio em que se formaram os seus pais; na cerimônia de formatura, havia apenas ele e mais sete outros colegas. Quando criança gostava de construir vagões, jangadas, aeromodelos, chegando a montar uma espécie de canhão a vapor para atirar pedaços de cenoura a batata sobre o telhado. Passou anos tentando desenvolver uma máquina de movimento perpétuo. Gostava de ler sobre os animais e mantinha diversas espécies de tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos. Em uma feira local, viu alguns pombos realizando performances; e, anos mais tarde, treinou algumas dessas aves para realizar alguns truques.
      O sistema de psicologia de BF Skinner reflete as próprias experiências de infância. De acordo com seu ponto de vista, a vida é produto da história de reforços. Afirmava que sua vida foi premeditada e organizada de acordo exatamente do modo que seu sistema ditava como devia ser a vida de todo ser humano. Acreditava que suas experiências estavam relacionadas exclusiva e diretamente aos estímulos do próprio ambiente.
      Formou-se em Letras - Inglês, com distinção Phi Beta Kappa, e desejava tornar-se escritor. Em um seminário de redação de que participou no verão. O poeta Robert Frost elogiou seus poemas e contos. Por dois anos, depois de se formar, trabalhou escrevendo, mas chegou a conclusão de que não tinha nada a dizer. Deprimido pelo fiasco como escritor, pensou em consultar um psiquiatra. Considerava-se um fracasso, e sua auto estima estava despedaçada. Além disso, estava desiludido no amor; mais ou menos meia dúzia de mulheres rejeitaram-no.
     Leu sobre as experiências de condicionamento de Watson e Pavlov, os quais lhe despertaram um interesse mais científico que literário acerca da natureza humana. Em 1928, matriculou-se no curso de pós-graduação em psicologia na Harvard University, embora não houvesse freqüentado qualquer curso da área. Obteve o Ph.D. em três anos completou com bolsa de estudo o pós-doutorado e lecionou na University of Minnesota (1936-1945) e na Indiana University (1945-1947), retornando depois para Harvard.
      Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano. Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950.
      O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. Seu princípio é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. Com isso, ficam descartados conceitos e categorias centrais para outras correntes teóricas, como consciência, vontade, inteligência, emoção e memória - os estados mentais ou subjetivos.
     Os adeptos do behaviorismo costumam se interessar pelo processo de aprendizado como um agente de mudança do comportamento. "Skinner revela em várias passagens a confiança no planejamento da educação, com base em uma ciência do comportamento humano, como possibilidade de evolução da cultura", diz Maria de Lourdes Bara Zanotto, professora de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
BF Skinner continuou produzindo até a morte, com 86 anos. No porão da sua casa, construiu a própria “caixa de Skinner”, um ambiente controlado para proporcionar reforçamento positivo. Dormia em um tanque de plástico amarelo suficientemente grande para colocar um colchão, algumas prateleiras de livros e um pequeno aparelho de televisão. Deitava-se às 10 horas, dormia três horas, trabalhava uma hora, dormia mais três horas e levantava-se às cinco da manhã para trabalhar mais três horas. Depois, seguia para o escritório para trabalhar mais e toda tarde aplicava-se um auto-reforço ouvindo música.
      Gostava de escrever e dizia que essa atividade proporcionava-lhe bastante reforço positivo. Com 78 anos, escreveu um trabalho intitulado “Intellectual self-management in old age” (Autogerenciamento intelectual na velhice), descrevendo suas experiências como um estudo de caso. Descreveu a necessidade de o cérebro trabalhar menos horas por dia, com períodos de descanso entre os esforços exaustivos, para lidar com a perda de memória e a redução da capacidade intelectual. Ficou feliz ao saber que fora citado na leitura psicológica mais vezes do que Sigmund Freud. Quando perguntado por um amigo se tinha atingido a meta como escritor, apenas comentou: “Pensei que conseguiria”.
     Em 1989, BF Skinner foi diagnosticado com leucemia, tendo expectativa de dois meses de vida. Oito dias antes de morrer, mesmo fraco, BF Skinner apresentou um trabalho na convenção da APA de 1990, em Boston. Atacou veemente o crescimento da psicologia cognitiva, que desafiava sua forma de behaviorismo. Na tarde anterior à sua morte, trabalhava no seu último artigo, “Can psycology be a science of mind?” (A psicologia pode ser uma ciência da mente?), outra acusação contra o movimento cognitivo que ameaçava suplantar a sua visão de psicologia.
     Pontos importantes da Teoria de Aprendizagem segundo Skinner: “A palavra chave da teoria de Skinner é comportamento”. Para ele, a aprendizagem concentra-se na capacidade de estimular ou reprimir comportamentos, desejáveis ou indesejáveis. Na sala de aula, a repetição mecânica deve ser incentivada, pois esta leva à memorização e assim ao aprendizado. O ensino é obtido quando o que precisa ser ensinado pode ser colocado sob condições de controle e sob comportamentos observáveis.
     Os comportamentos são obtidos punindo o comportamento não desejado e reforçado ou incentivado o comportamento desejado com um estímulo, repetido até que ele se torne automático. Dessa forma, segundo Skinner, a aprendizagem concentra-se na aquisição de novos comportamentos. A aprendizagem ocorre através de estímulos e reforços, de modo que se torna mecanizada.
     De acordo com a teoria de Skinner, os alunos recebem passivamente o conhecimento do professor. Em sua visão, conhecida como Behaviorismo, os comportamentos são obtidos pelo reforço – estímulo do comportamento desejado. O papel do professor é criar ou modificar comportamentos para que o aluno faça aquilo que o professor deseja. É adequada para cursos técnicos, especialistas e treinamentos ou em atividades que visam ensinar conteúdo e tarefas que se apoiam na memorização e fixação dos conhecimentos, ainda hoje muito frequentes na educação.
      A compreensão do comportamento humano apoia-se em seu comportamento operante. De acordo com Skinner, o seu interesse está em compreender o comportamento humano, não e manipulá-lo. Em seus últimos anos, Skinner atacou a psicologia cognitivista, afirmando que a educação é um modelo que se dá do meio para o indivíduo, e não o contrário.
     O modelo Behaviorista de Skinner, em sua unidade conhecida como Behaviorismo Radical, é ainda muito popular, crescendo anualmente em relação ao número de estudiosos. Segundo ela, os fenômenos mentais devem ser discutidos como padrões de comportamento. Todo comportamento é fruto de um condicionamento, e assim não existem habilidades inatas nos organismos.
 


HOAWD GARDNER - 1943 - BIOGRAFIA:

"Só a habilidade e uma firme educação nos equipam para a busca contínua de novas soluções."
Howard Gardner

      Howard Gardner nasceu em Scranton, no estado norteamericano da Pensilvânia, em 1943, numa família de judeus alemães refugiados do nazismo. Ingressou na Universidade Harvard em 1961 para estudar história e direito, mas acabou se aproximando do psicanalista Erik Erikson (1902-1994) e redirecionou a carreira acadêmica para os campos combinados de psicologia e educação. Na pós-graduação, pesquisou o desenvolvimento dos sistemas simbólicos pela inteligência humana sob orientação do célebre educador Jerome Bruner.
      Nessa época, Gardner integrou-se ao Harvard Project Zero, destinado inicialmente às pesquisas sobre educação artística. Em 1971, tornou-se co-diretor do projeto, cargo que mantém até hoje. Foi lá que desenvolveu as pesquisas sobre as inteligências múltiplas. Elas vieram a público em seu sétimo livro, Frames of Mind, de 1983, que o projetou da noite para o dia nos Estados Unidos.
      O assunto foi aprofundado em outro campeão de vendas, Inteligências Múltiplas: Teoria na Prática, publicado em 1993. Nos escritos sobre educação que se seguiram, enfatizou a importância de trabalhar a formação ética simultaneamente ao desenvolvimento das inteligências. Hoje leciona neurologia na escola de medicina da Universidade de Boston e é professor de cognição e pedagogia e de psicologia em Harvard. Nos últimos anos, vem pesquisando e escrevendo sobre criadores e líderes exemplares, tema de livros como Mentes Extraordinárias. Em 2005, foi eleito um dos 100 intelectuais mais influentes do mundo pelas revistas Foreign Policy e Prospect.
      Sob a influência do norte-americano Robert Sternberg, que estudou as variações dos conceitos de inteligência em diferentes culturas, Gardner foi levado a conceituá-la como o potencial para resolver problemas e para criar aquilo que é valorizado em determinado contexto social e histórico.
      Na elaboração de sua teoria, ele partiu da observação do trabalho dos gênios. "Ficou claro que a manifestação da genialidade humana é bem mais específica que generalista, uma vez que bem poucos gênios o são em todas as áreas", afirma Antunes. Gardner foi buscar evidências também no estudo de pessoas com lesões e disfunções cerebrais, que o ajudou a formular hipóteses sobre a relação entre as habilidades individuais e determinadas regiões do órgão.
     Finalmente, o psicólogo se valeu do mapeamento encefálico mediante técnicas surgidas nas décadas recentes. Suas conclusões, como a maioria das que se referem ao funcionamento do cérebro, são eminentemente empíricas. Ele concluiu, a princípio, que há sete tipos de inteligência:
1. Lógico-matemática: é a capacidade de realizar operações numéricas e de fazer deduções.
2. Lingüística: é a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e a escrita para atingir objetivos.
3. Espacial: é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
4. Físico-cinestésica: é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver problemas ou fabricar produtos.
5. Interpessoal: é a capacidade de entender as intenções e os desejos dos outros e conseqüentemente de se relacionar bem em sociedade.
6. Intrapessoal: é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de si mesmo para alcançar certos fins.
7. Musical: é a aptidão para tocar, apreciar e compor padrões musicais.
      Mais tarde, Gardner acrescentou à lista as inteligências natural (reconhecer e classificar espécies da natureza) e existencial (refletir sobre questões fundamentais da vida humana) e sugeriu o agrupamento da interpessoal e da intrapessoal numa só.
      A primeira implicação da teoria das múltiplas inteligências é que existem talentos diferenciados para atividades específicas. O físico Albert Einstein tinha excepcional aptidão lógico-matemática, mas provavelmente não dispunha do mesmo pendor para outros tipos de habilidade. O mesmo pode ser dito da veia musical de Wolfgang Amadeus Mozart ou da inteligência físico-cinestésica de Pelé. Por outro lado, embora essas capacidades sejam independentes, raramente funcionam de forma isolada.
      O que leva as pessoas a desenvolver capacidades inatas são a educação que recebem e as oportunidades que encontram. Para Gardner, cada indivíduo nasce com um vasto potencial de talentos ainda não moldado pela cultura, o que só começa a ocorrer por volta dos 5 anos. Segundo ele, a educação costuma errar ao não levar em conta os vários potenciais de cada um. Além disso, é comum que essas aptidões sejam sufocadas pelo hábito nivelador de grande parte das escolas. Preservá-las já seria um grande serviço ao aluno. "O escritor imita a criança que brinca: cria um mundo de fantasia que leva a sério, embora o separe da realidade", diz Gardner.
      Muitas escolas, inclusive no Brasil, se esforçaram para mudar seus procedimentos em função das descobertas de Howard Gardner. A maneira mais difundida de aplicar a teoria das inteligências múltiplas é tentar estimular todas as habilidades potenciais dos alunos quando se está ensinando um mesmo conteúdo. As melhores estratégias partem da resolução de problemas.
     Segundo Gardner, não é possível compensar totalmente a desvantagem genética com um ambiente estimulador da habilidade correspondente, mas condições adequadas de aprendizado sempre suscitam alguma resposta positiva do aluno - desde que elas despertem o prazer do aprendizado.
     O psicólogo norte-americano atribui à escola duas funções essenciais: modelar papéis sociais e transmitir valores. "A missão da educação deve continuar a ser uma confrontação com a verdade, a beleza e a bondade, sem negar as facetas problemáticas dessas categorias ou as discordâncias entre diferentes culturas", escreveu. Pela própria natureza de suas descobertas, o trabalho de Gardner favorece uma visão integral de cada indivíduo e a valorização da multiplicidade e da diversidade na sala de aula.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Módulo 04 - Aula 01

PESQUISA SOBRE OS SEGUINTES TEÓRICOS
  • PIAGET
  • VYGOTSKY
  • WALLON

Breve histórico, ano e onde nasceu/faleceu, onde estudou, fatos marcantes, teorias e contribuições para a educação.


     Dentre as várias áreas do conhecimento, a Psicologia teve e ainda tem, uma grande importância para a educação. Muitos teóricos tentam explicar o desenvolvimento biológico dos indivíduos, bem como seu desenvolvimento cognitivo; outros tentam explicar como se dá esse processo de interiorização do conhecimento; se há interferência do meio externo, se nascemos com determinadas aptidões. Enfim, muitos são os estudos e muitas são as teorias que envolvem estas questões.
     Neste módulo do curso, iremos trabalhar com algumas vertentes. Nesta aula, especificamente, farei a pesquisa sobre três teóricos e suas influências para a educação. Estarei analisando as concepções teóricas de Piaget, Vygotsky e Wallon.

Lev Vygotsky
Henri Wallon
Jean Piaget

 LEV SEMENOVICH   VYGOTSKY - 1896 - 1934 - BIOGRAFIA:

“O saber que não vem da experiência não é realmente saber”.

            Nasceu a 17 de novembro de 1896 em Orsah, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia, Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Lev Semenovich Vygotsky uma formação sólida desde criança. Até os 15 anos foi educado em casa por tutores particulares.
       Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito. Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia – área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos.
       Em 1924, casa-se com Roza Smekhova. Tiveram duas filhas. Desde 1920 conviveu com a tuberculose. Apesar de sua formação em Direito, destacou-se à época por suas críticas literárias e análises do significado histórico e psicológico das obras de Arte, trabalhos que posteriormente foram incorporados no livro "Psicologia da Arte", escrito entre 1924 e 1926, incluindo naturalmente a tese de doutorado sobre Psicologia da Arte, que defendeu em 1925. O seu interesse pela Psicologia levou-o a uma leitura crítica de toda produção teórica de sua época, nomeadamente as teorias da "Gestalt", da Psicanálise e o "Behaviorismo", além das ideias do educador suíço Jean Piaget.
          Ao longo de seus textos Lev Semenovich Vygotsky recorre, freqüentemente a situações extraídas de obras literárias, ele escreveu aproximadamente 200 trabalhos científicos, cujos temas vão desde neuropsicológia até criticas literárias, passando por deficiência, linguagem, psicolgia, educação e questões teoricas e metodologicas relativas às ciências humanas.
      Entre os seus trabalhos de campo incluem-se visitas às populações camponesas isoladas de seu país, fazendo testes neuropsicológicos entre as aldeias nômades do Uzbequistão e do Quirguistão (Ásia Central), antes e depois do realinhamento cultural e sócio-econômico da revolução socialista, que incluía alfabetização, cursos rápidos de novas tecnologias, organização de brigadas, fazendas coletivas e outros, como descreve Alexander Luria em seu ensaio sobre diferenças culturais e o pensamento (Vigotskii et al., 1988).
      A experiência vivida na formação de professores levou-o ao estudo dos distúrbios de aprendizagem e de linguagem, das diversas formas de deficiências congênitas e adquiridas, a exemplo da afasia. Complementando a sua formação para estudo da etiologia de tais distúrbios, graduou-se em Medicina retomando o curso iniciado e substituído por Direito em Moscou e retomado e concluído em Kharkov. O seu interesse em Medicina estava associado à manutenção do grupo de pesquisa ("troika") de neuropsicologia com Alexander Luria e Alexei Nikolaievich Leontiev. As suas principais contribuições à defectologia estão reunidas no livro "Psicologia Pedagógica".
      Graças a uma conferência proferida no "II Congresso de Psicologia" em Lenigrado, foi convidado a trabalhar no Instituto de Psicologia de Moscou. O seu interesse simultâneo pelas funções mentais superiores, cultura, linguagem e processos orgânicos cerebrais pesquisados por neurofisiologistas russos com quem conviveu, especialmente Luria e Leotiev, em diversas contribuições no "Instituto de Deficiências de Moscou", na direção do departamento de Educação (especial) de Narcompros, entre outros institutos, além das publicações sobre o tema, encontram-se reunidos na obra "A Formação Social da Mente", onde aborda os problemas da gênese dos processos psicológicos tipicamente humanos, analisando-os desde a infância à luz do seu contexto histórico-cultural.
      Devido a vários fatores, inclusive a tensão política entre os Estados Unidos e a União Soviética após a última guerra, o trabalho de Lev Semenovich Vygotsky permaneceu desconhecido a grande parte do mundo ocidental durante décadas. Quando a Guerra Fria acabou, este incrível patrimônio de conhecimento deixado por Lev Semenovich Vygotsky começou a ser revelado. O nome de Lev Semenovich Vygotsky hoje dificilmente deixa de aparecer em qualquer discussão séria sobre processos de aprendizado.
      Lev Semenovich Vygotsky Pensador importante em sua área, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Faleceu em Moscou, em 11 de junho de 1934, vítima de tuberculose, doença com que conviveu durante quatorze anos.

"Reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. É a própria negação do Ensino”
Henri Wallon
HENRI WALLON – 1879 – 1962 – BIOGRAFIA:

         1879- Nasceu na França. Formou-se em Filosofia, Medicina, Psicologia e Letras Foi criado em uma classe abastada em um período de instabilidade social. Atuou como médico nas duas Guerras Mundiais - Estudo da lesões cerebrais – Interesse psicologia da criança. Foi perseguido e viveu na clandestinidade.
1920 – 1937 – Conferências sobre Psicologia da Criança – Ensino Superior
1925 – Funda o primeiro Laboratório de Pesquisa e Atendimento à Crianças “Deficientes”. Publica sua Tese de Doutorado “A Criança Turbulenta”. Escreve livros voltados a psicologia da criança. Último livro Origem do Pensamento na Criança” em 1945.
1931 – Viaja a Moscou - Integra-se ao Círculo da Rússia Nova (intelectuais marxistas). Filiou-se ao Partido Comunista.
1948 – Cria a Revista “Enfance” – Educadores e morre em 1962.

WALLON – Sua Abordagem:
Ser Social. Desenvolvimento Afetivo, Motor e Cognitivo – como um TODO
Enfatiza o papel da EMOÇÃO no desenvolvimento humano desde o  nascimento
Baseou sua idéias em quatro elementos básicos interligados:

AFETIVIDADE: desejos e vontades
EMOÇÕES: é altamente orgânica, ajuda auto-conhecimento. Os sentimentos grande importância na relação da criança com o meio
MOVIMENTO: motricidade caráter pedagógico relação com o mundo
FORMAÇÃO DO EU: depende da relação com o outro

PSICOGÊNESE DA PESSOA COMPLETA:
            Wallon considera a ação mental orgânica e ambiental: que o homem é determinado fisiológica e socialmente.
            Vê o desenvolvimento humano nos campos afetivo, motor e cognitivo.
Considera o sujeito “geneticamente social” a criança contextualizada,nas relações com o meio.

BIOLÓGICO E SOCIAL:
            Wallon recorreu a outros campos para entender o desenvolvimento humano: neurologia, psicopatologia, antropologia e psicologia animal.
            As sociedades não poderiam existir sem aptidões como a linguagem.
Não é possível dissociar o biológico do social no homem – característica básica.

REFLEXÕES PEDAGÓGICAS;
            Wallon defende uma prática pedagógica que atenda as necessidades das crianças no plano afetivo, cognitivo e motor , além de promover o seu desenvolvimento em todos os níveis.
            O maior objetivo da Educação no contexto de seus estudos está no desenvolvimento do ser humano como pessoa e não em seu desenvolvimento intelectual. A inteligência é uma parte do todo  que a pessoa se constitui. Wallon era totalmente contra a reprovação do aluno na escola. Ele considerava esse ato a expulsão do aluno da escola.
            A Criança é um ser único e está em transformação – cada uma tem a sua história e cultura.
            A escola deve articular demandas atuais e futuras – valorizá-la como  criança (brincar) e considerar que ela  será adulta (criar senso de organização).
É necessário que a criança possa agir, compreender, movimentar-se e organizar seus pensamentos.
            O Método de Wallon é a Observação. Cabe também ao professor observar seus alunos, pois a observação permite conhecer a criança em seu contexto.
            “Só podemos entender as atitudes da criança se entendermos a trama do ambiente no qual está inserida”.
            Atualmente os estudos em educação e psicologia comprovam que os processos de desenvolvimento e de aprendizagem estão relacionados. A relação entre esses processos é explicada de forma diferente pelas teorias psicológicas. O que nos propõe Vigostski, é que vejamos o desenvolvimento como um potencial e que a ajuda de um outro, leva ao desenvolvimento da pessoa. Ou seja, o aprendizado desperta vários processos internos de desenvolvimento que operam quando a pessoa interage com outras pessoas do seu ambiente e com a ajuda de seus companheiros. Nesta posição teórica, aprendizado não é desenvolvimento. O desenvolvimento vem de forma mais lenta, após o aprendizado. Podemos dizer, então, que é o aprendizado que puxa o desenvolvimento, mas estamos sempre em desenvolvimento, porque aprendemos constantemente.
            A interação com o meio e com outras pessoas nos permite novas experiências, vamos agregando conhecimentos, ao mesmo tempo em que transmitimos algum conhecimento para o outro. Ninguém está pronto. Somos seres essencialmente sociais, sempre temos algo para ensinar e para aprender.            
 Para Wallon e Vigotski, a intensificação das relações entre professor-aluno, os aspectos afetivos emocionais, a dinâmica das manifestações da sala de aula e formas de comunicação devem ser caracterizadas como pressupostos básicos para o processo da construção do conhecimento e da aprendizagem e ainda, da condição organizativa do trabalho do professor. Compreendemos então que afetividade e inteligência por conseguinte, são aspectos indissociáveis, intimamente ligados e influenciados pela socialização.
          Enquanto o indivíduo se desenvolve no seu espaço social e cultura, afasta-se de uma submissão aprendendo a transferir suas motivações para outros objetos e situações, ao mesmo tempo em que condiciona, afetivamente, suas relações vivenciais.
          Afetividade no ambiente escolar é se preocupar com os alunos, é reconhecê-los como indivíduos autônomos, com uma experiência de vida diferente da sua, com direito a ter preferências e desejos nem sempre iguais ao do professor.
Podemos afirmar que Vigotski e Wallon contribuíram de forma significativa e eficaz para a compreensão do desenvolvimento humano no processo de ensino-aprendizagem, oferecendo aos professores, nos dias atuais, uma teoria didática para que possam desenvolver as capacidades e habilidades cognitivas e afetivas nos alunos por meio de estímulos sendo estes, os mediadores entre o sujeito e o objeto de estudo, interferindo no processo de aprendizagem, assegurando uma ligação com outras disciplinas, em um contexto de interdisciplinaridade, ou seja, o aluno aprende com o outro o que produz no grupo social, seja na linguagem, valores ou conhecimentos.
Ter pesquisado e refletido sobre a vida e a contribuição desses pensadores, nessa prática profissional supervisionada, foi importante para refletir sobre a educação que temos e a educação que queremos. Devemos como  educadores, levar em conta as considerações desses autores no que diz respeito ao desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. Para isso,   é fundamental que haja a formação de grupos de estudo entre professores, funcionários para a reflexão desses estudos e possível relação com a nossa realidade. Dessa maneira, estaremos contribuindo para a melhoria da educação.

 JEAN WILLIAM FRITZ PIAGET - 1896 - 1980 - BIOGRAFIA:

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram."
Piaget

            Jean Piaget iniciou sua extensa biografia no dia 9 de agosto de 1896 (data de seu nascimento), em Neuchâtel, na Suíça. Seu pai (Arthur Jean Piaget), um calvinista convicto, era professor universitário de Literatura medieval na Universidade de Neuchâtel. Desde criança interessou-se por mecânica, fósseis e zoologia. Jean Piaget foi uma criança precoce, tendo publicado seu primeiro artigo sobre um pardal albino aos 11 anos de idade. Esse breve estudo é considerado o início de sua brilhante carreira científica. Aos sábados, Jean Piaget trabalhava gratuitamente no Museu de História Natural.
Jean Piaget freqüentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia. Ele recebeu seu doutorado em Biologia em 1918, aos 22 anos de idade. Após formar-se, Jean Piaget foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental. Lá ele freqüentou aulas lecionadas por Jung e trabalhou como psiquiatra em uma clínica. Essas experiências influenciaram-no em seu trabalho. Ele passou a combinar a psicologia experimental - que é um estudo formal e sistemático - com métodos informais de psicologia: entrevistas, conversas e análises de pacientes.
Em 1919, Jean Piaget mudou-se para a França, onde foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, um famoso psicólogo infantil que desenvolveu testes de inteligência padronizados para crianças. Jean Piaget notou que crianças francesas da mesma faixa etária cometiam erros semelhantes nesses testes e concluiu que o pensamento lógico se desenvolve gradualmente.
O ano de 1919 foi um marco em sua vida. Jean Piaget iniciou seus estudos experimentais sobre a mente humana e começou a pesquisar também sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas. Seu conhecimento de Biologia levou-o a enxergar o desenvolvimento cognitivo de uma criança como sendo uma evolução gradativa.
Em 1921, Jean Piaget voltou à Suíça e tornou-se diretor de estudos no Instituto J. J. Rousseau da Universidade de Genebra. Lá ele iniciou o maior trabalho de sua vida, ao observar crianças brincando e registrar meticulosamente as palavras, ações e processos de raciocínio delas.
Em 1923, Jean Piaget casou-se com Valentine Châtenay uma de suas ex-alunas, com quem teve três filhas: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). As teorias de Jean Piaget foram, em grande parte, baseadas em estudos e observações de seus filhos que ele realizou ao lado de sua esposa. Em 1929, Jean Piaget aceitou o posto de diretor do Internacional Bureau of Education e permaneceu à frente do instituto até 1968. Anualmente ele pronunciava palestras no IBE Council e na International Conference on Public Education, nos quais ele expressava suas teses educacionais.
Enquanto prosseguia com suas pesquisas e publicações de trabalhos, Jean Piaget lecionou em diversas universidades européias. Registros revelam que ele foi o único suíço a ser convidado para lecionar na Universidade de Sorbonne (Paris, França), onde permaneceu de 1952 a 1963.
Em 1964, Jean Piaget foi convidado como consultor chefe de duas conferências na Cornell University e na University of California. Ambas as conferências debatiam possíveis reformas curriculares baseadas nos resultados das pesquisas de Jean Piaget quanto ao desenvolvimento cognitivo. Em 1979, ele recebeu o Balzean Prize for Political and Social Sciences.
Até a data de seu falecimento, Jean Piaget fundou e dirigiu o Centro Internacional para Epistemologia Genética. Ao longo de sua brilhante carreira, Jean Piaget escreveu mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos.
Jean Piaget, foi um renomado psicólogo e filósofo suíço, conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Jean Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia. Jean Piaget morreu em Genebra, em setembro de 1980 (com 84 anos).

ABORDAGENS:
            As teorias de Jean Piaget tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Entre as suas teorias mais importantes temos:
A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo (Epistemologia Genética) é uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis.
            Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo. As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia, além de permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada em suas descobertas.
            Existem 2 aspetos principais nesta teoria:
1 - O processo de conhecer;
2 - Os estádios/ etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos essa habilidade.
Como biólogo, Piaget estava interessado em como é que um organismo se adapta ao seu ambiente (ele descreveu esta capacidade como inteligência). O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as ações.
Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses esquemas e o ambiente em que está. (equilibração). Assim, estabelecer um desiquilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo.
Piaget descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação:
  1. Assimilação: moldar novas informações para encaixar nos esquemas existentes.
  2. Acomodação: mudança nos esquemas existentes pela alteração de antigas formas de pensar ou agir.
Estes 2 processos são utilizados ao longo da vida à medida que a pessoa se vai progressivamente adaptando ao ambiente de uma forma mais complexa. À medida que os esquemas se vão tornando mais complexos (i.e., responsáveis por comportamentos mais complexos) eles são estruturas “terminais” e à medida que as estruturas de uma pessoa se vão tornando mais complexas, elas são organizadas também de forma mais hierarquizada. (i.e., do geral para o específico).
Estágios de Desenvolvimento - (Período Sensório-Motor, Período Simbólico, Período Intuitivo, Estádio operatório-concreto e Estádio operatório-formal).
Desenvolvimento Moral Piaget - Para Piaget o Desenvolvimento Moral é dividido em 3 fases (anomia, heterônoma, autônoma).

CURIOSIDADES SOBRE PIAGET
  • O pai de Piaget, Arthur Piaget, era professor universitário de literatura medieval;
  • Piaget com apenas 10 anos publicou, em Neuchâtel, um artigo sobre um pardal albino que tinha observado num parque público;
  • Ainda com 10 anos ofereceu-se como voluntário para trabalhar no Museu de História Natural da sua cidade, onde etiquetava colecções de conchas;
  • Aos 22 anos, recebe o doutoramento em biologia;
  • Piaget casou-se com uma das suas assistentes, Valentine Châtenay;
  • Foi pela observação dos seus filhos que desvendou muitos dos enigmas da inteligência infantil;
  • Piaget escreveu cerca de 70 livros e 300 artigos sobre Psicologia, Pedagogia e Filosofia_ a sua obra tem mais páginas que a Enciclopédia Britânica;
  • Piaget recebeu inúmeros prémios onde se destacam o Nobel das Ciência Humanas (o prémio Roterdam), o titulo de Doutor “Honoris Causa” pela Universidade Rio de Janeiro e em 1936, a Universidade de Haward concede-lhe o título de “Doutor Honoris Causa”.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

COLL, César; PALACIOS, Jesús; MARCHESI, Alvaro. Desenvolvimento psicológico e educação. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 3 v.